Juazeiro do Norte-CE: DETRAN do Cariri segue “proibido” de emplacar caminhões com suas carrocerias
Demontier Tenório
Emplacar um caminhão seja da categoria leve, médio ou pesado na região do Cariri é impossível. Juazeiro do Norte até que possui um órgão de trânsito regional ligado ao Governo do Estado, mas este não desempenha a tarefa. Segue dependente de Fortaleza a uma distância média de 550 Km para revolta de empresários que vendem ou compram veículos de grande porte. Para emplacar tem que ir até a capital do estado só para um funcionário do Inmetro vistoriar a carroceria e pagar uma taxa de R$ 700,00
Para o empresário Johnson Mota Luciano, de 48 anos, diretor da Jodiesel Caminhões, isso já foi feito por aqui e deveria voltar a sê-lo o que não acontece desde 2008. Além da Jodiesel que revende caminhões Volkswagen, Juazeiro conta com a Ceará Diesel revendendo a marca Mercedes Benz e Iveco. Já em Barbalha, funciona a Ford Caminhões em Barbalha. Prejuízo para todos eles, pois seria melhor comprar um caminhão em Fortaleza e fazer uma viagem única na direção do Cariri.
O problema atinge os fabricantes ou vendedores de carrocerias diante da situação. No ano passado, Johnson lembra que foi feito um manifesto contra essa dependência de Fortaleza apontando os prejuízos para o setor, mas o governador Cid Gomes não se sensibilizou para o problema a exemplo das lideranças políticas locais. “É um problema sério e um absurdo essa falta de respeito com os clientes e revendedores do Cariri que contribuem com impostos”, lamenta o dirigente da Jodiesel.
Conforme explica, quando a empresa vende o veículo, o motorista tem que ir à Fortaleza botar uma caçamba, carroceria ou baú e emplacar todos. “Isso representa custo, demora e riscos, pois até já houve casos de acidentes com danos materiais e graves prejuízos financeiros e à saúde do comprador”, acrescentou. Para Johnson, nada mais que um acordo político entre o governador e a prefeita Luiziane Lins, em sua primeira eleição, a fim de beneficiar Fortaleza esquecendo o Cariri.
Por conta da situação, as empresa locais estão perdendo em vendas já que a medida só favorece os vendedores de caminhões em Fortaleza. “Quem compra caminhão aqui tem que ir lá e os que compram lá fazem uma única viagem para cá com o novo veículo”, insiste o empresário juazeirense para quem o Cariri perde em competitividade. De acordo com Johnson, alguns até estão indo emplacar noi Pernambuco que fica mais próximo e as taxas são mais baratas em relação ao Ceará e sem tantas exigências.
Em novembro de 2008 o Site Miséria já tinha publicado matéria sobre essa exigência do Governo do Estado pelo fato de Juazeiro não possuir um posto avançado do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). O comprador do caminhão fica na obrigação de levá-lo até Fortaleza em busca de um laudo da carroceria normal ou tipo baú que somente esse órgão pode emitir, mesmo com muitas empresas autorizadas a fabricar carrocerias em Juazeiro.
Antes de viajar, o dono do caminhão tem que cadastrá-lo no Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) e ainda apresentar no DETRAN de Juazeiro do Norte as notas fiscais do veículo e da carroceria para conseguir uma licença de pára-brisa que possibilite a ida do veículo à Fortaleza. Somente no retorno ao Cariri é que acontece a oficialização do emplacamento.
Após cumprir a determinação de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), do Ministério Público, para mudança de espaço para vendas de fogos de artifícios, os barraqueiros deste município agora reclamam da falta de divulgação do novo local e ausência de clientela. Há apenas uma semana no Parque Ecológico das Timbaúbas, são poucos os vendedores que se habilitam a permanecer na área destinada à comercialização dos fogos, antes de começar o mês de junho.
Em Crato, a mudança acontece a partir da segunda-feira. Os barraqueiros vão sair da área onde há várias décadas comercializavam, à beira do Canal do Rio Grangeiro, para o Parque de Exposição. Serão cerca de 50 vendedores. Eles cumprem orientação no intuito de não oferecer riscos à população. Os locais foram definidos após avaliação do Corpo de Bombeiros, para liberação dos laudos onde esses comerciantes pudessem atuar, sem oferecer riscos à população.
Em Juazeiro do Norte, o espaço é provisório, para atender à necessidade dos próprios vendedores. Principalmente porque, segundo o Corpo de Bombeiros, o local se encontra a menos de 10 metros de prédios públicos, no caso da Polícia Ambiental e Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano da cidade.
Depois de funcionar em locais inadequados, os comerciantes buscam um fortalecimento do grupo de 31 vendedores que estão com barracas no Parque das Timbaúbas. Eles estão criando a Associação dos Comerciantes da Feira de Fogos. O intuito é possibilitar uma maior organização do grupo que atua há várias décadas na comercialização do produto. Segundo Reginaldo Alves, que estará à frente do grupo, é importante que haja maior divulgação do espaço, principalmente com faixas e cartazes no local onde ocorria a feira há vários anos. "Era uma área que estávamos habituados a comercializar. Há um desconhecimento da população quanto a esse novo local em que estamos", diz ele.
O local passou a ser contestado pelo Ministério Público e pelo Corpo de Bombeiros, pois sempre apresentava riscos para a população. Durante a reunião que escolheu o local da feira, a Prefeitura, por meio do secretário do Meio Ambiente e Serviços Públicos, Luiz Ivan Bezerra, se comprometeu em dar o apoio logístico e segurança, fazer a construção dos boxes de vendas e a divulgação do novo local. Cada boxe terá 2 metros de cumprimento. O espaço entre eles também será de 2 metros, seguindo orientação do Corpo de Bombeiros.
O secretário do Meio Ambiente explica ainda que o local deverá funcionar de 8 às 22 horas e que, durante o período noturno, a Secretaria de Cultura deverá promover um festival de quadrilhas juninas e shows com músicos regionais. Luiz Ivan lembra também que o local é provisório, mas que poderá ser oficializado ao fim do período junino quando a feira ficará encerrada. "Se os feirantes e o público aprovarem o local, a Prefeitura poderá efetivar o local para receber todos os anos a Feira de Fogos de Artifícios", conclui Luiz Ivan.
Para o vendedor Cícero Leonardo, o espaço do parque ficou contramão para a sua clientela. Ele disse que é importante nesse momento a colaboração do poder público para auxiliar na mudança, principalmente levando às rádios a divulgação da feira.
Segundo o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros, Marcílio Guimarães, todo o processo de adequação das novas barracas, o espaço onde estão acontecendo as vendas atualmente não é o ideal, mas foi o mais fácil encontrado. O melhor seria uma área mais isolada da cidade.
Conforme a promotora de Justiça, Efigênia Coelho Cruz, representantes da Secretaria de Meio Ambiente, do Corpo de Bombeiros, da Polícia, Guarda Municipal e vendedores ambulantes de produtos e artefatos explosivos firmaram, no ano passado, um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), que regulariza a venda dos produtos.
Os fogos devem ser comercializados em local previamente inspecionado pelo Corpo de Bombeiros da região.
Fonte: Diário do Nordeste
O Mosteiro de Nossa Senhora da Vitória está comemorando 10 anos da sua implantação em Juazeiro do Norte procedente de Sergipe. Hoje é um dos mais belos do Nordeste e fica situado na Rua Damião Pereira da Silva, 100 (Bairro Tiradentes). A capela encontra-se em fase de conclusão, mas já abre suas portas para liturgias. As comemorações começaram no último dia 13 e se estenderão até o final deste mês.
As Monjas Beneditinas que integram o Mosteiro são fiéis adeptas ao lema “Oração e Trabalho” tão bem difundido pelo Padre Cícero Romão Batista em Juazeiro. A festa pelos dez anos de sua implantação começou com a celebração de uma missa na mencionada capela e tudo ocorre sob a coordenação da Madre Prioreza, Irmã Maria Aparecida do Couto.
Uma exposição fotográfica relembrando a história do Mosteiro permanece aberta ao público e conta desde a chegada das irmãs para conhecer Juazeiro e visitar o local doado pela prefeitura para construir o Mosteiro, até os dias atuais. A festa de inauguração, por exemplo, foi das mais concorridas o que deve voltar a se repetir quando a capela for ser inaugurada. A construção acontece, como diz a Irmã Aparecida, graças a uma sucessão de milagres que tem feito o dinheiro para as obras aparecer.
O projeto arquitetônico é muito bonito e o custo se tornou elevado, cujas obras são tocadas pelo engenheiro Paulo de Sousa. A Madre Prioreza anunciou que pretende inaugurar a capela ainda este ano, mas vai depender da ajuda dos fieis porquanto a construção caminha agora para a fase de acabamento em que os materiais empregados são mais caros.
Ela disponibilizou até o telefone (88) 3572.0272 para os que quiserem colaborar. Além das suas atividades religiosas normais, o Mosteiro mantém uma lojinha para venda de livros, artigos religiosos, souvenirs, licor e biscoitos bricelete, bem como uma hospedaria, cuja diária inclui refeição completa. Ele é, também, uma grande atração turística da cidade e já caiu no gosto dos romeiros. Quando veio abrir a festa do Centenário de Juazeiro o Padre Reginaldo Manzotti ficou ali hospedado.
Hoje completa 150 anos do nascimento de uma das figuras mais ilustres para a história de Juazeiro do Norte e de grande contribuição dada no fenômeno e fomento das romarias. Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo, a beata Maria de Araújo, foi a protagonista dos “milagres de Juazeiro” quando a hóstia consagrada transformou-se em sangue na sua boca por cerca de 100 vezes. A data foi completamente ignorada pelo poder público e a Igreja.
Hoje pela manhã, apenas uma missa foi celebrada na Capela do Socorro em sufrágio da sua alma. Trata-se de uma mulher que sequer teve direito a um tumulo, pois seus restos mortais sumiram. Em vida, foi enclausurada na Casa de Caridade do Crato e espancada como punição dada para desmentir a ocorrência de milagres. Apesar das controvérsias, a maior parte do que se escreveu sobre a religiosa data o seu nascimento como em 24 de maio de 1863. Alguns poucos citam 1862.
Menos ainda, 1864 sem se falar na mudança do dia em alguns casos para 23 de maio. No ano passado, os Correios prestaram homenagens à beata colocando uma placa na entrada da agência na qual cita 24 de maio de 1863 e foi descerrada na presença de muitos historiadores e pesquisadores. Teria sido naquele prédio da Rua Santa Luzia em frente à Caixa Econômica Federal que Maria de Araújo nasceu. Uma das poucas homenagens á beata em Juazeiro é com seu nome na rua entre o Romeirão e o quartel do 2º BPM. Mesmo assim, costumeiramente, esta é chamada “rua dos motéis”.
Recentemente, Juazeiro amanheceu repleta de grandes cartazes com uma imagem da Beata Maria de Araújo derramando sangue pela boca. Acima, o apelo Procura-se e, abaixo, seu nome completo. Além disso, a informação que a mesma encontra-se desaparecida desde o dia 22 de Outubro de 1930. Naquela data, o túmulo da beata na Capela do Socorro foi destruído. A ordem teria partido do então vigário Monsenhor Alves de Lima para satisfazer o bispo do Crato, dom Quintino Oliveira.